quarta-feira, 9 de abril de 2008

Timothy e as cotas: o que você ainda não sabe!


Estudantes cotistas e de origem popular também ocupam a Reitoria.


A implementação de um sistema de cotas para atender os direitos da população negra, que é maioria da população Brasileira e a minoria na comunidade acadêmica, é luta do movimento negro muito antes da implementação do projeto de vestibular com cotas na UnB.
Em 2002, o Professor José Jorge de Carvalho e a Professora Rita Laura Segato, propuseram o projeto de cotas com uma ouvidoria para a Universidade de Brasília. O projeto foi apresentado na reunião do conselho de ensino e extensão no dia 8 de Março do mesmo ano.
Segundo o Doutor em Ciências Sociais, Carlos Henrique. O Reitor Timothy, na época ainda vice-reitor, protelou a votação até Julho de 2003. Ele foi pressionado pela comunidade acadêmica a colocar o projeto em votação e após a aprovação, ele se apropriou do projeto implementando-o de acordo com os interesses da Reitoria.
No Projeto inicial, havia uma ouvidoria composta por uma equipe de estudantes, funcionários, professores e outros representantes da sociedade para tratar de conflitos e problemas que poderiam surgir após a implementação. A ouvidoria seria autônoma em relação à reitoria, por isso Timothy a eliminou do projeto. O centro de conivência negra que veio substituir a primeira proposta está subjugado à reitoria e não atende às reais necessidades da comunidade negra nem representa de forma real a voz dos estudantes negros na universidade.
O programa de permanência direcionado às estudantes cotistas disponibiliza apenas 50 bolsas de permanência o valor de 300 reais. Apesar do crescimento semestral de alunos cotistas na UnB nunca houve expansão neste numero de bolsas. Estudantes deste programa reclamam do descaso com o pagamento das bolsas, pois estas sempre atrasam, e contam que têm dificuldades para se reunir com o Reitor que não se mostra disposto a atender suas reivindicações. Hoje, o valor total de 15 mil reais referente às bolsas é pago pela vice-reitoria.
Enquanto estudantes cotistas e de origem popular passam por problemas de permanência na UnB, o reitor esbanja em festas e almoços luxuosos. Há muito tempo, os estudantes reivindicam melhores condições de permanência e estudo. Mesmo assim, a administração do Reitor Timothy priorizou a reforma de seu apartamento funcional. Isto demonstra que os problemas dos estudantes negros, índios e moradores de periferia não é a real preocupação o Reitor.
A ocupação é constituída por estudantes de deferentes etnias e classes sociais que se uniram para manifestar a revolta da comunidade discente perante a desmoralização e o sucateamento das condições de Ensino e Estudos na UnB. Questões que só poderão ser solucionados com o afastamento imediato do Reitor e a conquista da democracia através da paridade na Universidade de Brasília.
Nossa pauta reivindicatória representa as necessidades da comunidade estudantil. Exatamente por isso não abriremos mão de nenhuma delas.
Letícia Martins

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