Estudantes deixam caixão para o reitor (Pedro Arcanjo, Leyberson Lelis e Rafael Targino)
Mais de 80 estudantes ocuparam o gabinete da reitoria nesta terça-feira, 19 de abril (2005). Os alunos protestavam contra as decisões do Conselho Universitário (Consuni), que em tiro sumário mantiveram as mesmas regras anteriores: sem paridade, sem segundo turno e sem a discussão do financiamento público para a campanha à sucessão do reitor. O reitor Lauro Morhy não estava na sala no momento. Os manifestantes aproveitaram para pregar cartazes com mensagens para o reitor. Os alunos se reuniram ao meio-dia no Ceubinho. De lá, partiram para a reitoria, passando antes pelo Restaurante Universitário. Os manifestantes usavam roupas pretas, em sinal de luto, e levavam um caixão simbolizando a "morte da democracia na UnB". Durante todo o trajeto, não encontraram resistências da segurança. O protesto dos estudantes ocupou a reitoria sem violência e o gabinete foi esvaziado sem danos ao patrimônio da UnB. Ações definidas Antes da manifestação, o DCE convocou o Conselho de Entidades de Base (CEB), composto pelos Centro Acadêmicos, para discutir o último Consuni. O encontro debateu questões como o uso da força policial e o autoritarismo da reitoria. "A universidade deveria ser um espaço aberto, mas está funcionando apenas com a legitimação da força", lamenta o estudante de Ciência Política, Artur Sinimbu. No CEB, duas propostas de ação para as eleições foram levantadas: a primeira é boicotar o processo eleitoral e tumultuar a votação. A outra pede para que os três segmentos acadêmicos - professores, alunos e servidores - se unam para tentar mudar a decisão do Consuni.
Mesmo com esse conflito, o DCE já tem algumas diretrizes definidas. A primeira é a divulgação das fotos do abuso de poder no último conselho. Outra medida é continuar com o abaixo-assinado pela paridade. A entidade pretende ainda denunciar a conivência de certos departamentos, com a divulgação da listas de votos do último Consuni. Para se discutir todas essas questões, uma assembléia unificada foi marcada para quarta-feira, 26 de abril, ao meio-dia. "Nós não podemos aceitar que a ditadura volte a imperar na UnB", exige o conselheiro discente, Carlos Henrique.
(retirado do Campus on line - www.unb.br/fac/campus)
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