Cinco Perguntas Para Entender a paridade
1 - O que é paridade?
É um processo de decisão que garante aos três segmentos, no caso, estudantes, professores e funcionários o direito ao voto igualitário.
2 - Como funciona?
Cada categoria passa a deter um terço (33%) do poder de voto nas instâncias deliberativas, ao contrário da forma atual, configurada numa relação percentual de 70/15/15 - professores, estudantes e funcionários, respectivamente.
3 - E qual a importância disso?
Instituir a democracia, bem como o senso de responsabilidade, controle público e interesse dos três segmentos.
4 - Isso existe em algum lugar?
Sim! Inclusive a própria UnB já funcionou dessa maneira em diversos momentos de sua história. Atualmente cerca de 20 universidades são paritárias, entre elas UFRJ, UFF, UFSC, UFMT, UFV, UFU, UFES, UFPI e UFS. Vale ressaltar que o fim da paridade na UnB ocorreu quando entrou a gestão Lauro-Timothy.
5 - Mas não é uma ação ilegal?
Não! O próprio Ministro da Educação esclarece que acata todo processo de escolha deliberado, qualquer que seja sua natureza, garantindo assim a autonomia universitária.
Mitos sobre a paridade
Alguns dos argumentos utilizados contra a paridade são que os estudantes passam pouco tempo na Universidade em relação aos outros segmentos, e que, por estarem em um período de formação, não têm dedicação nem capacidade de discernimento suficientes para tomar decisões.
Os servidores técnico-administrativos, por sua vez, estariam ligados a tarefas meramente administrativas/burocráticas, não cabendo-lhes decidir sobre as atividades da Universidade: ensino, pesquisa e extensão. Aos docentes caberia ter esmagador peso sobre a decisão das mesmas e sobre a Universidade.
Iremos agora quebrar essa lógica excludente e pretenciosa a partir dos diferentes pontos de vista:
A paridade é boa...
Para o estudante:
Porque a Universidade forma lideranças e não cabe subestimar o potencial de decisão dos/das que aqui estudam. Argumento semelhante valeria para que jovens de 16 anos não votassem pra presidente;
Porque estudantes também são diretamente interessados no ensino, e sua opinião deve ser sempre levada em conta;
Porque o período que se passa na universidade é determinante para a consolidação de valores para a vida inteira, então a prática constante de decidir é fundamental para o desenvolvimento de valores participativos. A Universidade também é nossa e não podemos ser rebaixados.
Para os funcionários técnico-administrativos:
Porque diminui, na prática, o preconceito de classe e de subestimacção da inteligência que este segmento sofre constantemente na Universidade;
Porque funcionários conhecem profundamente o funcionamento da UnB e podem, a partir de suas vivências e reflexões, somar sua perspectiva à dos outros segmentos para contribuir com o desenvolvimento da Universidade. Vale lembrar que funcionários estão na Universidade hà tanto tempo quanto os docentes.
Para o corpo docente:
Ampliar a participação é valorizar o pensamento diverso e fortalecer a comunidade universitária. Quando se abre espaço paritário nas discussões universitárias, as diferentes posicões enriquecem o debate qualitativa e quantitativamente, devido, como dito anteriormente, às diferentes perspectivas colocadas, uma vez que, com a participacao de todos os setores, garante-se o controle social do bem público.
Você tem a oportunidade de participar deste importante momento de construção de uma nova relação na universidade. Concordando ou discordando, mas, sobretudo, discutindo.