terça-feira, 15 de abril de 2008

Moção de Apoio do Movimento Marxista-Nintendista

O Movimento Marxista-Nintendista declara todo o apoio à legítima e necessária luta dos estudantes que ocupam a reitoria da Universidade de Brasília.

A mobilização contra o burocrata Timothy Mulholland se soma às lutas estudantis que se espalham como um levante por todo o Brasil desde pelo menos a ocupação da reitoria da USP em maio de 2007, mas se destaca destas por colocar como princípio aberto, desde sua origem, a questão do poder da burocracia universitária.

O conflito entre burocracia e as massas estudantis se coloca de formas diversas nas diversas universidades: luta pelos espaços estudantis, como na FFLCH-USP, onde o diretor da unidade Gabriel Cohn bloqueia o uso dos espaços estudantis para impor sua reforma arbitrária, ou na FAU-USP, onde o diretor Silvio Sawaya pretende preencher os espaços libertários pensados por Vilanova Artigas com lojinhas; luta contra os projetos mais imediatos impostos pela burocracia, como o Redesenho Institucional contra o qual se embatem os estudantes da PUC-SP, ou a completa destruição de todos os cursos da Fundação Santo André colocada pelo reitor Odair Bermelho.

É neste sentido que se dá a luta dos companheiros de Brasília: as Fundações Privadas que tomam a UnB (como também a USP e outras públicas), a cujos interesses o reitor Timothy Mulholland se liga intimamente, colocam-se concretamente como um projeto para a universidade, um projeto de apropriação privada de um espaço que já foi criador e libertário.

É contra este projeto de destruição que se embatem todos os estudantes do país em cada luta por espaços, por um direito inexistente de se posicionarem nos redesenhos e reformas curriculares, contra a crescente repressão policial dentro dos muros dos campi. Contra o não-projeto dos velhos burocratas que engessam qualquer tentativa de tornar a universidade viva, a luta dos estudantes também se coloca como um projeto. Projeto que, em essência, é o mesmo que, há quarenta anos, colocavam os estudantes desta mesma Universidade de Brasília quando, em meio às nuvens de gás e pólvora dos militares que interrompiam as aulas, decretaram-na Território Livre.

E como o não-projeto dos burocratas não se limita a esta ou àquela universidade, também o projeto dos estudantes só pode vencer quando se mostrar como geral, como única perspectiva da juventude diante da falência da velha estrutura – quando todos os estudantes, em conjunto, decretarem a nova universidade, a universidade de uma nova vida. É por essa vitória que se posicionam todos os marxistas-nintendistas.

MOVIMENTO MARXISTA-NINTENDISTA
Diretório de São Paulo-SP
http://autogestao.blogspot.com

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