Partido dos Trabalhadores do Plano Piloto apóia
movimento dos estudantes na UnB
O Diretório do PT Plano Piloto esteve reunido no dia 8 de abril e decidiu, de forma unânime, empenhar seu apoio às manifestações dos estudantes da UnB, que exigem a renúncia do reitor, Timothy Mulholland e a investigação sobre irregularidades na destinação de verbas das Fundações de Apoio à Pesquisa.
É dever dos dirigentes da Universidade zelar para que os jovens tenham uma educação cidadã, com respeito às questões de interesse da sociedade, um conceito que vai além dos livros didáticos e que a vivência em uma universidade permite incluir na formação dos estudantes.
O Partido dos Trabalhadores não defende que ninguém seja condenando previamente por atitudes que sequer foram investigadas por completo, muito menos avaliadas à luz da justiça. O caso do reitor Timothy, contudo, requer um olhar mais atento. A sua saída do cargo, seja renunciando, seja solicitando um afastamento temporário enquanto durarem as investigações, é uma questão imperiosa.
O fato concreto é que o reitor não reúne mais as condições para permanecer no cargo. Está desmoralizado perante grande parte dos alunos e professores. E não é apenas por considerarem que foi conivente - ou leniente - com o episódio da reforma de seu apartamento funcional, onde foram gastos milhares de reais. A indignação contra o professor Timothy é pedagógica, sem trocadilhos. Deve-se, em grande parte, à consciência dos jovens acerca da profunda desigualdade social que ainda há no Brasil, onde se vê gente catando lixo para sobreviver e onde existe um funcionário público que permite a compra de uma lata de lixo por quase mil reais. Completa este quadro o fato de que, em uma situação ainda de déficit tecnológico, o dirigente maior da Universidade de Brasília permite que seja dada destinação errada e inconseqüente para as verbas destinadas às pesquisas.
E como uma situação insustentável acaba provocando outras, a partir de ontem, dia 7 de abril, não é apenas o reitor Timothy quem deve explicações. O restante da direção da UnB também terá que responder pelo seu despreparo para lidar com situações adversas, pois permitiu, ou não soube evitar, o uso de violência contra os estudantes, que resultou no espancamento de alguns jovens por seguranças da universidade em frente às câmeras de TV.
Quem viveu o período de triste memória do coronel Azevedo sabe que desde aquela época os estudantes da UnB não se mobilizavam de forma tão intensa contra um reitor. E aqui não vai nenhuma comparação entre o Azevedo e o professor Timothy. Mas este é um fato que precisa ser levado em consideração. Ninguém pode pretender permanecer em um cargo público apenas pela sua própria vontade, desconsiderando o que acontece ao ser redor. É óbvio que o que estamos vendo na UnB é um quadro onde a mobilização contra o reitor cresce a cada dia e para o qual ainda lhe resta uma atitude corajosa e desprendida que é pedir o seu afastamento.
Diante do exposto, solicitamos às nossas bancadas distrital e federal que se articulem com o Ministério da Educação para que, em uma atitude clara e efetiva, produzam soluções que atendam às reivindicações dos estudantes no sentido de afastar Reitor Timothy Mulholland de suas atividades para que possa responder às acusações licenciado do cargo, com amplo e irrestrito direito de defesa. Além disso, a direção da UnB precisa ser responsabilizada de forma rigorosa e imediata no episódio que resultou na ação repressiva contra os estudantes. Acreditamos serem estas as condições fundamentais para que a normalidade volte a reinar no Campus Universitário.
Brasília, DF, 8 de abril de 2008
Partido dos Trabalhadores - Diretório Zonal do Plano Piloto
3 comentários:
Ridículo este jogo de sena...
Como se o REItor n tivesse sido escolhido pelo Presidente da República, o LULA; e como se ele n representasse o governo na Universidade!
Fora REItor!
Pela dissolução dos conselhos e convocação de leições Paritárias já!
Fora fundações privadas das Univrsidades Públicas!
não á privatização da Universidade pública impulsionada Por Lula/UNE/FMI!
O mesmo grupo está na reitoria há 14 anos.
Só para constar.
Não se pode culpar um partido por tudo que acontece de ruim no país.
Gostei da maneira como a desigualdade social foi abordada. E tomara que esse seja o real motivo da mobilização de grande parte dos estudantes e não só o egoísmo que envolve a questão do Reuni.
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